Elyson Gums
Jornalista e mestre em Comunicação Social. Produzo conteúdo para projetos de SEO e inbound marketing desde 2014.
Elyson Gums
Atualizado em 22/08/2024
14 min de leitura
O sistema acompanha diversos dados de engajamento de visitantes com páginas que aparecem no Google e é diretamente responsável pela classificação de páginas
O NavBoost é um sistema do Google para avaliar a satisfação dos visitantes. Ele memoriza e identifica padrões de clique para refinar os resultados de pesquisa orgânica. Através dele, o Google sabe quando as pessoas gostam ou não de um site – e isso influencia diretamente seus resultados de SEO.
Este sistema existe desde 2005, mas só entrou na pauta do mercado de SEO em 2023, durante o processo de monopólio do Google. Durante o julgamento, diversos engenheiros da big tech apresentaram alguns bastidores do mecanismo de busca e o NavBoost foi descrito como um dos sistemas mais importantes.
Para profissionais de SEO, o seu funcionamento impacta principalmente na criação de conteúdo e experiência de página. Para se alinhar às expectativas do Google, é necessário criar páginas que as pessoas realmente gostam de visitar, em vez de acumular URLs que tenham valor apenas para algoritmos, e não pessoas.
Neste post você entenderá os detalhes sobre o sistema e as boas práticas para construir sua presença no Google priorizando a experiência de quem acessa o seu site.
O NavBoost é um sistema que usa dados de navegação para melhorar resultados de busca. Ele coleta dados de usuários e analisa os cliques para entender quais páginas atendem melhor às expectativas dos visitantes para cada pesquisa.
No documento oficial do processo contra o Google, sua funcionalidade é descrita assim:
NavBoost é outro sinal que combina pesquisas e documentos através da memorização de dados de cliques de usuários. Ele permite ao Google lembrar quais documentos os visitantes clicaram depois de fazer uma pesquisa, e a identificar quando um mesmo documento é clicado em resposta a múltiplas pesquisas. Antes de 2017, o Google treinou o NavBoost com 18 meses de dados de usuários. Desde então, o treina com 13 meses de dados de usuários.
Este sistema leva diversos fatores em consideração para selecionar resultados de pesquisa, como:
Vale lembrar que o Google tem acesso a uma infinidade de dados sobre como as pessoas interagem com a página de Pesquisa Orgânica. Para cada pesquisa, o buscador pode analisar:
Esses dados são usados pelo NavBoost e por outros sistemas de classificação do Google.
O NavBoost também ajuda a criar conjuntos de páginas para alimentar os sistemas de aprendizado por máquina do Google. Também pode criar conjuntos de dados para diferenciar pesquisas feitas por computadores e dispositivos móveis.
Apesar de ser um sistema importante e que existe há quase 20 anos, não há documentação oficial sobre ele. Somente durante o testemunho de Pandu Nayak, hoje Cientista-Chefe do Google, descobrimos como ele funciona. Alguns detalhes sobre ele aparecem na documentação vazada do Google em maio de 2024.
Outro detalhe sobre a relevância do sistema está em e-mails divulgados durante o processo. Nele, equipes do Google mencionam sua eficiência na análise de cliques. Veja o trecho abaixo, em tradução nossa:
E já sabemos que um sinal pode ser mais poderoso do que um grande sistema em métricas específicas. Por exemplo, tenho certeza que o NavBoost por si só é mais relevante em cliques (e provavelmente em precisão/métricas de utilidade) por si só do que o resto (dos sistemas) de classificação. (Aliás, engenheiros fora do time do NavBoost não costumam ficar muito felizes sobre a sua capacidade e o fato de que estaria “roubando vitórias”.
Essa não é a primeira vez que o Google comenta que usa cliques como parte de seus algoritmos, mas foi a primeira vez que tivemos mais detalhes sobre como esses dados são usados pela big tech.
O depoimento de Pandu Nayak também menciona o Glue.
É basicamente outro nome para o NavBoost, quando o sistema analisa todos os recursos de pesquisa, além dos resultados web.
O sinal agrega diversos dados de interação com as páginas e cria uma métrica comum capaz de comparar resultados. Isso influencia quando e (onde) recursos adicionais, como resultados de vídeo, aparecem na SERP.
Como mencionamos anteriormente, não há documentação oficial sobre o NavBoost. Portanto, tudo o que sabemos está no processo do Google e nos documentos vazados em maio.
🚨 Nota importante sobre o vazamento de documentos do Google: os dados são de 2019. Ou seja, não sabemos se, quando e como os sistemas foram modificados. Por isso, essa fonte serve para termos uma noção do funcionamento básico do sistema. Não pense nelas como um motivo para alterar completamente a sua estratégia de SEO, ou qualquer coisa do tipo.
Voltando ao NavBoost: ele analisa como as pessoas interagem com resultados de pesquisa. Por meio dele, o Google sabe quais páginas são mais valiosas para cada pesquisa, o que pode contribuir para suas posições nas páginas.
O sistema tem uma visão abrangente sobre quais páginas atraem engajamento de qualidade, quais são as tendências ao longo do tempo, e quais tipos de cliques mostram que aquele conteúdo é realmente valioso para o usuário.
Imagine o seguinte cenário para a pesquisa “sapatos masculinos”:
Possivelmente quem clica no site 1 sai da página em poucos segundos. Muitas dessas pessoas voltam ao Google, e clicam no site 2. Lá, elas efetivamente navegam e passam mais tempo na seção.
No longo prazo, é provável que o site da posição 1 caia, enquanto o da posição 2 ganha a posição. O NavBoost é diretamente responsável por essa análise. Perceba que essa é uma simplificação e, na prática, há diversos outros fatores que determinam a posição das páginas no Google.
Podemos pensar em experiência de página como a satisfação em acessar um site. Ou seja, é o quanto a página é rápida para carregar, agradável para os visitantes, bem organizada, e com informações confiáveis.
O Google analisa vários critérios relacionados à experiência e busca recompensar as páginas que os visitantes mais gostam de acessar.
Diversos indicadores que o NavBoost memoriza e processa estão relacionados com a experiência de usuários (UX) dos sites:
Eles se relacionam com KPIs de SEO que fazem parte do dia a dia de SEO, como bounce ou CTR. Quanto melhor for a experiência de página, mais o site estará alinhado com as definições de qualidade do Google.
Além de experiência de página, de certa forma os dados que o NavBoost coleta também se relacionam com o E-E-A-T, que faz parte das diretrizes de classificação do Google.
E-E-A-T é a sigla para “experiência, expertise, autoridade e confiança”. Estes são critérios que os avaliadores do Google analisam para definir se uma página tem conteúdo útil.
A satisfação dos visitantes se relaciona diretamente com a confiança. Quando os visitantes encontram informações com facilidade e precisão, provavelmente enxergam o site como uma fonte confiável. Isso pode levar a aumentos nas taxas de “cliques positivos” e diminuição de “cliques negativos”.
Para melhorar a experiência do seu site e a satisfação dos visitantes, são necessários esforços nas seguintes áreas:
Esses elementos influenciam diretamente na experiência de página, satisfação, e tempo de sessão dos visitantes. Além disso, também têm vários outros benefícios para SEO. Por exemplo, boa arquitetura de site também ajuda o Googlebot a navegar melhor pela página, e elementos de design podem influenciar nas suas taxas de conversão.
Veja abaixo algumas ações para desenvolver em cada área.
A arquitetura do site é a organização de páginas, informações e elementos. Quando ela é bem feita, fica mais fácil navegar, passar de uma página para outra, e encontrar informações dentro do domínio.
Além disso, tem vários benefícios:
Para fazer isso:
Ter um site responsivo para dispositivos móveis é importante por três razões principais:
Para tornar seu site “mobile friendly” e atender aos indicadores do NavBoost, os passos são:
Performance de site, ou performance web, é a rapidez e eficiência de um site. É quanto tempo leva para carregar, a demora para responder a uma interação, e a estabilidade no carregamento da página.
Além de influenciar a classificação das páginas, boa performance também é fundamental para oferecer uma experiência de qualidade aos visitantes do seu site.
O Google mede a performance por meio das Core Web Vitals. Você pode ver um guia sobre elas no episódio 66 do podcast da SEO Happy Hour, no vídeo abaixo, a partir de 22:26.
Estas são algumas ações para melhorar o desempenho do seu site:
Um site visualmente agradável tende a gerar boa satisfação na página.
Elementos como paleta de cores, tipografia e layout facilitam a navegação pelo conteúdo e chamam a atenção.
Veja algumas dicas de como fazer:
🚨 Atenção: esses visuais não devem ser implementados às custas de performance. Muitos elementos comuns, como carrosséis, animações e navegação dinâmica, tornam a página pesada. Se você não tiver atenção na implementação, isso pode causar lentidão e instabilidade visual.
Links internos bem posicionados melhoram a experiência do visitante, pois os guiam para conteúdos relacionados. Isso também pode aumentar o tempo de permanência no site, especialmente quando os links são relacionados e têm contexto.
Por exemplo, em uma página de “melhores rações para gato”, incluir links para todos os produtos relacionados.
Uma linkagem interna eficiente também ajuda os rastreadores a entenderem melhor o conteúdo do seu site através das relações entre as páginas.
Uma boa estratégia de link interno inclui:
Conteúdo de alta qualidade é simplesmente fundamental para uma experiência positiva. Quando as páginas têm baixa qualidade, dificilmente os visitantes ficam muito tempo ou voltam para o seu site.
Considere que todas as pessoas que acessam o seu site a partir do Google têm um problema para resolver, ou quer fazer uma ação. Se não for possível fazer tudo dentro da página, então o conteúdo é de baixa qualidade.
Por exemplo, imagine que neste post, as dicas para aumentar a satisfação dos visitantes estivessem sem os bullet points. Ficaria mais difícil colocá-las em prática, certo? Você saberia que links internos e conteúdo útil são importantes, mas teria que pesquisar em outros lugares os passos para implementar.
As principais dicas para produzir conteúdo de alta qualidade são:
Coloque os visitantes do seu site no centro da sua estratégia de conteúdo. O Google busca fazer isso, através de sistemas como o NavBoost e uma série de outros algoritmos.
O interesse do buscador é sempre exibir o conteúdo mais relevante para cada intenção de busca. Os dados de quem já acessa os sites são fundamentais para esse processo, daí a importância de criar conteúdo de alta qualidade, e de promover uma excelente experiência de navegação.
São muitas frentes para trabalhar simultaneamente, mas o resultado vale a pena no longo prazo!
Se você precisa de ajuda para colocar a estratégia descrita nesse post em ação, entre em contato com a SEO Happy Hour. Somos especialistas em tornar marcas mais visíveis e memoráveis no Google através de um acompanhamento completo em ações de SEO.
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