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NavBoost: o que é e como funciona um dos sistemas mais importantes do Google

O sistema acompanha diversos dados de engajamento de visitantes com páginas que aparecem no Google e é diretamente responsável pela classificação de páginas

O NavBoost é um sistema do Google para avaliar a satisfação dos visitantes. Ele memoriza e identifica padrões de clique para refinar os resultados de pesquisa orgânica. Através dele, o Google sabe quando as pessoas gostam ou não de um site – e isso influencia diretamente seus resultados de SEO.

Este sistema existe desde 2005, mas só entrou na pauta do mercado de SEO em 2023, durante o processo de monopólio do Google. Durante o julgamento, diversos engenheiros da big tech apresentaram alguns bastidores do mecanismo de busca e o NavBoost foi descrito como um dos sistemas mais importantes.

Para profissionais de SEO, o seu funcionamento impacta principalmente na criação de conteúdo e experiência de página. Para se alinhar às expectativas do Google, é necessário criar páginas que as pessoas realmente gostam de visitar, em vez de acumular URLs que tenham valor apenas para algoritmos, e não pessoas.

Neste post você entenderá os detalhes sobre o sistema e as boas práticas para construir sua presença no Google priorizando a experiência de quem acessa o seu site.

O que é o NavBoost?

O NavBoost é um sistema que usa dados de navegação para melhorar resultados de busca. Ele coleta dados de usuários e analisa os cliques para entender quais páginas atendem melhor às expectativas dos visitantes para cada pesquisa.

No documento oficial do processo contra o Google, sua funcionalidade é descrita assim:

NavBoost é outro sinal que combina pesquisas e documentos através da memorização de dados de cliques de usuários. Ele permite ao Google lembrar quais documentos os visitantes clicaram depois de fazer uma pesquisa, e a identificar quando um mesmo documento é clicado em resposta a múltiplas pesquisas. Antes de 2017, o Google treinou o NavBoost com 18 meses de dados de usuários. Desde então, o treina com 13 meses de dados de usuários.

Este sistema leva diversos fatores em consideração para selecionar resultados de pesquisa, como:

  • Taxa de cliques;
  • Ações dos visitantes;
  • Qualidade geral do site;
  • Relevância da página;
  • Contexto das informações.

Vale lembrar que o Google tem acesso a uma infinidade de dados sobre como as pessoas interagem com a página de Pesquisa Orgânica. Para cada pesquisa, o buscador pode analisar:

  • Em quais sites a pessoa clica;
  • Se um site responde com precisão a diferentes pesquisas;
  • Quanto tempo uma pessoa fica no site depois de clicar;
  • Se a pessoa clica em um site e retorna imediatamente ao Google;
  • Quanto tempo a pessoa fica com o mouse parado em um resultado de busca antes de clicar.

Esses dados são usados pelo NavBoost e por outros sistemas de classificação do Google.

O NavBoost também ajuda a criar conjuntos de páginas para alimentar os sistemas de aprendizado por máquina do Google. Também pode criar conjuntos de dados para diferenciar pesquisas feitas por computadores e dispositivos móveis. 

Apesar de ser um sistema importante e que existe há quase 20 anos, não há documentação oficial sobre ele. Somente durante o testemunho de Pandu Nayak, hoje Cientista-Chefe do Google, descobrimos como ele funciona. Alguns detalhes sobre ele aparecem na documentação vazada do Google em maio de 2024.

Outro detalhe sobre a relevância do sistema está em e-mails divulgados durante o processo. Nele, equipes do Google mencionam sua eficiência na análise de cliques. Veja o trecho abaixo, em tradução nossa:

E já sabemos que um sinal pode ser mais poderoso do que um grande sistema em métricas específicas. Por exemplo, tenho certeza que o NavBoost por si só é mais relevante em cliques (e provavelmente em precisão/métricas de utilidade) por si só do que o resto (dos sistemas) de classificação. (Aliás, engenheiros fora do time do NavBoost não costumam ficar muito felizes sobre a sua capacidade e o fato de que estaria “roubando vitórias”. 

Essa não é a primeira vez que o Google comenta que usa cliques como parte de seus algoritmos, mas foi a primeira vez que tivemos mais detalhes sobre como esses dados são usados pela big tech.

NavBoost e Glue

O depoimento de Pandu Nayak também menciona o Glue.

É basicamente outro nome para o NavBoost, quando o sistema analisa todos os recursos de pesquisa, além dos resultados web.

O sinal agrega diversos dados de interação com as páginas e cria uma métrica comum capaz de comparar resultados. Isso influencia quando e (onde) recursos adicionais, como resultados de vídeo, aparecem na SERP.

Como o NavBoost funciona?

Como mencionamos anteriormente, não há documentação oficial sobre o NavBoost. Portanto, tudo o que sabemos está no processo do Google e nos documentos vazados em maio.

🚨 Nota importante sobre o vazamento de documentos do Google: os dados são de 2019. Ou seja, não sabemos se, quando e como os sistemas foram modificados. Por isso, essa fonte serve para termos uma noção do funcionamento básico do sistema. Não pense nelas como um motivo para alterar completamente a sua estratégia de SEO, ou qualquer coisa do tipo.

Voltando ao NavBoost: ele analisa como as pessoas interagem com resultados de pesquisa. Por meio dele, o Google sabe quais páginas são mais valiosas para cada pesquisa, o que pode contribuir para suas posições nas páginas.

O sistema tem uma visão abrangente sobre quais páginas atraem engajamento de qualidade, quais são as tendências ao longo do tempo, e quais tipos de cliques mostram que aquele conteúdo é realmente valioso para o usuário.

Imagine o seguinte cenário para a pesquisa “sapatos masculinos”:

  • O site da posição 1 é lento, mostra diversos produtos fora de estoque, e está com problema no checkout;
  • O site da posição 2 é rápido, mostra boa variedade de produtos e permite fazer compras com poucos cliques.

Possivelmente quem clica no site 1 sai da página em poucos segundos. Muitas dessas pessoas voltam ao Google, e clicam no site 2. Lá, elas efetivamente navegam e passam mais tempo na seção. 

No longo prazo, é provável que o site da posição 1 caia, enquanto o da posição 2 ganha a posição. O NavBoost é diretamente responsável por essa análise. Perceba que essa é uma simplificação e, na prática, há diversos outros fatores que determinam a posição das páginas no Google. 

NavBoost e experiência do usuário

Podemos pensar em experiência de página como a satisfação em acessar um site. Ou seja, é o quanto a página é rápida para carregar, agradável para os visitantes, bem organizada, e com informações confiáveis. 

O Google analisa vários critérios relacionados à experiência e busca recompensar as páginas que os visitantes mais gostam de acessar.

Diversos indicadores que o NavBoost memoriza e processa estão relacionados com a experiência de usuários (UX) dos sites:

  • Cliques positivos: os que demonstram engajamento real do visitante. Por exemplo, clicar em um site e passar vários minutos na seção, ou completar uma ação dentro da página;
  • Cliques negativos: eles demonstram insatisfação, como clicar em um site e voltar à SERP em questão de segundos;
  • Clique mais longo: mede a última página em que os visitantes passaram mais tempo durante uma sessão de pesquisa. Isso provavelmente indica alto nível de satisfação.

Eles se relacionam com KPIs de SEO que fazem parte do dia a dia de SEO, como bounce ou CTR. Quanto melhor for a experiência de página, mais o site estará alinhado com as definições de qualidade do Google.

Além de experiência de página, de certa forma os dados que o NavBoost coleta também se relacionam com o E-E-A-T, que faz parte das diretrizes de classificação do Google.

NavBoost e E-E-A-T

E-E-A-T é a sigla para “experiência, expertise, autoridade e confiança”. Estes são critérios que os avaliadores do Google analisam para definir se uma página tem conteúdo útil

A satisfação dos visitantes se relaciona diretamente com a confiança. Quando os visitantes encontram informações com facilidade e precisão, provavelmente enxergam o site como uma fonte confiável. Isso pode levar a aumentos nas taxas de “cliques positivos” e diminuição de “cliques negativos”.

Otimizando seu site para engajamento de visitantes

Para melhorar a experiência do seu site e a satisfação dos visitantes, são necessários esforços nas seguintes áreas:

Esses elementos influenciam diretamente na experiência de página, satisfação, e tempo de sessão dos visitantes. Além disso, também têm vários outros benefícios para SEO. Por exemplo, boa arquitetura de site também ajuda o Googlebot a navegar melhor pela página, e elementos de design podem influenciar nas suas taxas de conversão. 

Veja abaixo algumas ações para desenvolver em cada área.

1. Arquitetura de site

A arquitetura do site é a organização de páginas, informações e elementos. Quando ela é bem feita, fica mais fácil navegar, passar de uma página para outra, e encontrar informações dentro do domínio.

Além disso, tem vários benefícios:

Para fazer isso: 

  • Faça uma categorização clara;
  • Use breadcrumbs para mostrar o caminho de navegação desde a página principal do site até a página em que o visitante está atualmente;
  • Organize os menus de forma intuitiva;
  • Inclua títulos e meta descrições descritivas para as páginas;
  • Use URLs amigáveis para SEO, com slugs fáceis de ler e identificar.

2. Otimização para dispositivos móveis

Ter um site responsivo para dispositivos móveis é importante por três razões principais:

Para tornar seu site “mobile friendly” e atender aos indicadores do NavBoost, os passos são:

  • Use design responsivo, para que os elementos de página se adaptem a diferentes tamanhos de tela;
  • Otimize elementos clicáveis para touch screen, incluindo botões grandes para os botões ou banners mais importantes da página;
  • Crie menus claros e concisos, pensando em tamanhos menores de tela;
  • Otimize o tempo de carregamento de páginas, considerando que os visitantes podem estar conectados a redes mais lentas, como 4G ou uma wi-fi pública.

3. Performance do site

Performance de site, ou performance web, é a rapidez e eficiência de um site. É quanto tempo leva para carregar, a demora para responder a uma interação, e a estabilidade no carregamento da página.

Além de influenciar a classificação das páginas, boa performance também é fundamental para oferecer uma experiência de qualidade aos visitantes do seu site.

O Google mede a performance por meio das Core Web Vitals. Você pode ver um guia sobre elas no episódio 66 do podcast da SEO Happy Hour, no vídeo abaixo, a partir de 22:26.

Estas são algumas ações para melhorar o desempenho do seu site: 

  • Comprimir imagens;
  • Usar o formato adequado para imagens, como .webp ou .jpeg para imagens e .png apenas quando houver transparência;
  • Minificar os arquivos CSS e JavaScript;
  • Aproveitar o cache do navegador para exibir conteúdo mais rapidamente;
  • Usar uma CDN para distribuir o conteúdo do site em vários servidores e diminuir latência.

4. Design e elementos interativos

Um site visualmente agradável tende a gerar boa satisfação na página.

Elementos como paleta de cores, tipografia e layout facilitam a navegação pelo conteúdo e chamam a atenção.

Veja algumas dicas de como fazer:

  1. Use imagens de alta qualidade em seus conteúdos;
  2. Incorpore vídeos às páginas quando possível;
  3. Dê destaque visual para os elementos de conversão da sua página;
  4. Otimize o layout do seu site para navegação, incluindo menus claros, links internos visualmente destacados ao longo do conteúdo, barras de pesquisa, fácil acesso a páginas relacionadas, entre outros;
  5. Mantenha coerência visual e design combinando com a identidade da sua marca.

🚨 Atenção: esses visuais não devem ser implementados às custas de performance. Muitos elementos comuns, como carrosséis, animações e navegação dinâmica, tornam a página pesada. Se você não tiver atenção na implementação, isso pode causar lentidão e instabilidade visual. 

5. Linkagem interna

Links internos bem posicionados melhoram a experiência do visitante, pois os guiam para conteúdos relacionados. Isso também pode aumentar o tempo de permanência no site, especialmente quando os links são relacionados e têm contexto.

Por exemplo, em uma página de “melhores rações para gato”, incluir links para todos os produtos relacionados.

Uma linkagem interna eficiente também ajuda os rastreadores a entenderem melhor o conteúdo do seu site através das relações entre as páginas. 

Uma boa estratégia de link interno inclui:

  • Adicionar links com a tag <a href=”link”>texto do link</a>;
  • Usar textos de link descritivos e contextuais;
  • Incluir links internos apenas quando relevante para o visitante;
  • Não usar o atributo nofollow nos seus links internos;
  • Revisar a estrutura do seu site para evitar páginas órfãs, sem nenhum link interno.

6. Qualidade de conteúdo

Conteúdo de alta qualidade é simplesmente fundamental para uma experiência positiva. Quando as páginas têm baixa qualidade, dificilmente os visitantes ficam muito tempo ou voltam para o seu site.

Considere que todas as pessoas que acessam o seu site a partir do Google têm um problema para resolver, ou quer fazer uma ação. Se não for possível fazer tudo dentro da página, então o conteúdo é de baixa qualidade. 

Por exemplo, imagine que neste post, as dicas para aumentar a satisfação dos visitantes estivessem sem os bullet points. Ficaria mais difícil colocá-las em prática, certo? Você saberia que links internos e conteúdo útil são importantes, mas teria que pesquisar em outros lugares os passos para implementar.

As principais dicas para produzir conteúdo de alta qualidade são:

  • Defina um propósito para suas páginas;
  • Crie um esboço para cada página e só depois comece a escrever;
  • Coloque-se no lugar do leitor e insira informações que a ajudem;
  • Informe claramente quem é o autor do conteúdo;
  • Insira informações de contato com o responsável pelo site;
  • Evite encher o texto de palavras-chave sem necessidade;
  • Atualize seus conteúdos regularmente.

SEO centrado no usuário é o futuro

Coloque os visitantes do seu site no centro da sua estratégia de conteúdo. O Google busca fazer isso, através de sistemas como o NavBoost e uma série de outros algoritmos.

O interesse do buscador é sempre exibir o conteúdo mais relevante para cada intenção de busca. Os dados de quem já acessa os sites são fundamentais para esse processo, daí a importância de criar conteúdo de alta qualidade, e de promover uma excelente experiência de navegação.

São muitas frentes para trabalhar simultaneamente, mas o resultado vale a pena no longo prazo! 

Se você precisa de ajuda para colocar a estratégia descrita nesse post em ação, entre em contato com a SEO Happy Hour. Somos especialistas em tornar marcas mais visíveis e memoráveis no Google através de um acompanhamento completo em ações de SEO.

  • Elyson Gums

    Elyson Gums

    Jornalista e mestre em Comunicação Social. Produzo conteúdo para projetos de SEO e inbound marketing desde 2014.

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