Como usar palavras-chave semânticas para aumentar a sua visibilidade nos buscadores

Por muitos anos, palavras-chave foram o “marco zero” das estratégias de SEO. Hoje, elas ainda são úteis, mas depender só delas não te trará resultados. A otimização para mecanismos de busca está evoluindo para uma abordagem mais complexa, que considera toda a experiência de pesquisa, além dos termos exatos que as pessoas digitam.

O jeito padrão de fazer SEO é encontrar os termos pesquisados e usá-los ao longo das páginas. Por exemplo, se for uma escola de música, criar páginas para termos como “curso de violão”, “curso de guitarra”, curso de piano”, e assim por diante.

As estratégias mais modernas vão além disso e consideram também: 

  • A intenção de busca das pessoas para cada um desses termos;
  • Uma análise detalhada das formas como as pessoas pesquisam, para entender exatamente os subtópicos que mais interessam e as informações específicas que devem estar nas páginas; 
  • Um processo estratégico de criação de conteúdo, baseado nas etapas anteriores e nas entidades observadas na pesquisa.

Parece complexo, mas a recompensa é enorme: você aparecerá para o público mais interessado nos seus serviços através de páginas que aparecem para várias palavras-chave diferentes. 

Lazarina Stoy, consultora de SEO e Cientista de Dados, compartilhou no site da Wix um método que combina a pesquisa tradicional com a pesquisa semântica.

Traduzimos os principais pontos, com algumas adaptações para o mercado brasileiro. 

Por que a pesquisa tradicional de palavras-chave mudou?

As pesquisas simples de palavras-chave não conseguem acompanhar a complexidade das buscas na internet, nem as mudanças nos buscadores. As pessoas fazem várias pesquisas ao mesmo tempo, complementam as suas pesquisas e buscam informações específicas.

Os mecanismos de busca, por sua vez, têm recursos cada vez mais centrados nos visitantes. Eles tentam “adivinhar” a intenção por trás de cada busca, para exibir os resultados mais alinhados, da forma mais rápida e simples possível.

Mas, durante muito tempo, não era assim: a principal forma de classificar conteúdo era através da identificação de palavras-chave em um texto. Nessa época, as pesquisas tradicionais de palavra-chave eram mais do que o suficiente.

O “processo padrão” de pesquisa era:

  • Identificar termos básicos (como “aula de violão”; “aula de guitarra”);
  • Inserir esses termos em alguma ferramenta como Semrush ou Ahrefs;
  • Encontrar novas opções de palavras-chave;
  • Filtrar o que vale a pena para a estratégia;
  • Identificar a dificuldade de ranqueamento;
  • Definir as palavras-chave alvos e começar a criar conteúdo para elas.

A questão é que hoje o trabalho estratégico de SEO não pode parar por aí. Esse tipo de análise pode ficar enviesado por métricas pouco relacionadas com a forma como as pessoas pesquisam informação, como dificuldade de ranqueamento e volume de buscas mensais.

Isso não quer dizer que você deve abandonar essas práticas. Pelo contrário, elas ainda têm várias utilidades. Por exemplo, você pode encontrar termos relacionados, como variações em termos técnicos, variações linguísticas, sinônimos, expressões regionais, etc. Tudo isso ajuda a direcionar a redação do seu conteúdo.

O que é pesquisa semântica?

Uma pesquisa semântica usa o contexto das pesquisas para entregar resultados contextualizados. Elas analisam as conexões entre as frases e o significado dos conceitos que estão sendo pesquisados – uma abordagem mais moderna do que simplesmente comparar a presença de palavras-chave em pesquisas, títulos e conteúdo de páginas.

É através dessa lógica que os buscadores conseguem responder perguntas complexas, independentemente da forma como são escritas. Os buscadores tentam “entender” o que está sendo digitado, mais do que analisar as palavras de forma individual. Assim, estabelecem conexões com outros termos que estão na internet.

Isso é feito através de entidades, grafos de conhecimento, análises de intenção de busca, comparações com o conjunto de pesquisas que as pessoas fazem em conjunto, entre outros fatores. 

Com base nesses dados, os buscadores fazem associações para entregar respostas mais completas. Em muitos casos, o visitante não precisa acessar nenhum site, tudo fica disponível direto na SERP.

Um dos exemplos mais fáceis de entender é pesquisando séries ou filmes. Para “Wicked”, o Google imediatamente mostra uma série de termos semanticamente relacionados: “sessões” para quem ver o filme no cinema, elenco completo, direção, data de lançamento, produtores, filmes relacionados, entre outros. 

Resultados ricos do Google para "wicked"

Qual a diferença entre palavras-chave semânticas e tradicionais?

A pesquisa tradicional de palavras-chave busca os melhores termos para otimizar. A pesquisa de palavras-chave semântica busca termos relacionados ao comportamento da pessoa nos buscadores.

É basicamente uma diferença de enfoque. As palavras-chave tradicionais são termos específicos digitados diariamente no Google ou em outros buscadores. Já as palavras-chave semânticas são uma associação mais livre entre termos amplos e relacionados.

Veja os principais elementos de cada tipo de pesquisa: 

Pesquisa de palavras-chave tradicionaisPesquisa de palavras-chave semânticas
Termos de busca específicosEntidades
Tamanho da palavra-chaveContexto das pesquisas e das sessões
Cauda curta, média ou longaJornada no Google
Volume mensal de buscasComportamento de usuário
Dificuldade de ranqueamentoGanho de informação
Potencial de geração de tráfegoAnálise de intenção de busca
Análise de competiçãoGrafos de conhecimento

Por que fazer pesquisas semânticas de palavras-chave?

Há vários benefícios na pesquisa semântica. O principal é entender melhor como e por que alguém pesquisa algo na internet, o que resulta em sites mais otimizados. 

As vantagens incluem:

  • Conteúdos mais relevantes para o seu público-alvo;
  • Maior facilidade para mecanismos de busca entenderem o contexto das suas páginas (e quando exibi-las);
  • Possibilidade de aparecer para um número maior de visitantes, a partir das conexões entre diferentes conceitos dentro das páginas.

Tudo isso tem alto potencial de melhorar o seu ranqueamento, tráfego e conversões. 

Como fazer pesquisas de palavras-chave semânticas?

A melhor abordagem é combinar a pesquisa semântica com a pesquisa tradicional. Para isso, você precisará dominar alguns conceitos mais avançados de SEO.

Os principais são:

  • Entidades, atributos de entidade, e valores de atributos;
  • Sequências e caminhos de busca;
  • Pesquisas aumentadas;
  • Análise de contexto de pesquisa e de sessão;
  • Comportamento do visitante;
  • Ganho de informação.

Veja abaixo um guia sobre cada um – e como aplicá-los às suas pesquisas. 

Entidades, atributos e valores

As entidades são conceitos ou coisas específicas do mundo real, que podem ser claramente definidas. São filmes, pessoas, lugares, produtos, entre outros. Cada entidade fica armazenada em um banco de dados, conectada a outras entidades. 

É a partir dessa lógica que o Google consegue exibir informações completas sobre “Wicked” de forma imediata. Se você digitasse Barack Obama, Louvre, iPhone, entre outros termos, também obteria resultados informativos no mesmo estilo.

Quando alguém faz esse tipo de pesquisa, o Google sabe que não se tratam de palavras aleatórias. Ele sabe que são nomes que representam conceitos reais. Então, tenta entender esses conceitos para mostrar resultados mais precisos.

Cada entidade tem atributos. São as várias características ou propriedades que definem uma entidade. Elas a descrevem e diferenciam das outras. Por exemplo, “pessoas” têm atributos como altura, idade, nacionalidade, peso, etnia, etc. “iPhone” tem valores como marca, modelo, ano de lançamento, sistema operacional, preço, entre outros.

Tudo isso é usado para “classificar” as pesquisas. Assim, quando você digita termos como “altura do Barack Obama”, o resultado aparece direto na tela. E, inclusive, o Google compara com atributos de outros políticos.

Exemplo de pesquisa no Google que gera uma resposta direto no buscador, a partir de entidades

Por sua vez, todo atributo tem valores. É basicamente a descrição de cada atributo. No caso da altura de Barack Obama, 1,87 m, ou estadunidense como nacionalidade. 

Tudo isso é uma estrutura para organizar informação, usada por mecanismos de busca para aumentar a precisão dos resultados.

✨ Como aplicar esse conhecimento: o básico é entender que palavras semânticas se referem a conceitos. Estruture o conteúdo em torno disso, analisando entidades e atributos relevantes para as páginas.

Ferramentas como a API de Linguagem Natural do Google podem te ajudar a encontrar entidades relacionadas às suas palavras-chave alvo, que você pode incorporar naturalmente no conteúdo. 

Sequências e caminhos de busca

Sequência se refere às buscas feitas seguidamente em uma sessão. É forma pela qual as pessoas refinam os seus questionamentos para o Google, além do volume de buscas que elas fazem quando usam o buscador.

Quando você conhece essa jornada, pode otimizar o conteúdo para responder tudo que a pessoa quer saber na sua página. Assim, quando clicar no seu site, ela não precisa voltar ao Google, o que aumenta o seu tempo de sessão e sinaliza que a sua página tem alta qualidade.

✨ Como aplicar esse conhecimento: analise o preenchimento automático do Google, use o campo de “pesquisas relacionadas” e “as pessoas também perguntam”. Assim você consegue encontrar consultas semanticamente relacionadas, mesmo quando elas usam palavras-chave diferentes.

Ferramentas como o Semrush permitem fazer essa análise individualmente e em larga escala. Já o AlsoAsked tem dados em tempo real das perguntas que as pessoas fazem ao Google.

Pesquisas aumentadas

Esse conceito representa pesquisas em que as pessoas acrescentam informações relacionadas a entidades específicas. 

Veja o que acontece quando digitamos “Blake Lively e Ryan Reynolds”. O Google mostra várias sugestões, com base na relação de entidades e atributos dos dois. 

tela do google com exibição de entidades relacionadas a dois conceitos distintos

✨ Como aplicar esse conhecimento: digite as entidades relacionadas ao seu conteúdo no Google e veja as sugestões de conteúdo. Certifique-se de fazer referência a esses temas e a outras entidades relacionadas. 

Análise de contexto de pesquisa e de sessão

Os buscadores analisam todo o histórico de sessão para entregar resultados. Assim, é possível “se comunicar” com o visitante em linguagem natural. 

Por exemplo, se você pesquisar “qual é a capital da França” e depois “quais são as atrações turísticas de lá”, os mecanismos entendem que “lá” é Paris. 

Um jeito bem simples de visualizar isso na prática é conversando com o ChatGPT. Realmente é como conversar com uma pessoa porque ele guarda várias informações na memória e usa para gerar respostas melhores.

✨ Como aplicar esse conhecimento: no Google Search Console, observe como as suas páginas são encontradas. Depois, digite as principais consultas no Google e veja o que aparece no campo “pesquisas relacionadas”. Você terá um bom caminho para otimizar o conteúdo.

Por exemplo, um tutorial de “como tornar o Gmail mais seguro” pode ser ajustado para também atender à busca “como recuperar acesso à conta do Gmail”. Isso tornaria a página mais relevante para palavras-chave diferentes.

Comportamento do visitante

É a forma como as pessoas interagem com as páginas do Google. Envolve cliques nas páginas, se as pessoas passam muito tempo dentro do site, ou se clicam e imediatamente voltam a pesquisar. Tudo isso comunica quais páginas são as mais relevantes. 

Inclusive, há sistemas que avaliam especificamente essas ações, como o NavBoost.

✨ Como aplicar esse conhecimento: descubra se há páginas com a qual os visitantes não se engajam e priorize a otimização. Tente descobrir porque isso acontece e edite o conteúdo de acordo. 

Você pode encontrar essas páginas buscando dados de CTR no Google Search Console, ou taxa de rejeição no Analytics. Também pode usar ferramentas como Hotjar e Microsoft Clarity para fazer análises de mapa de calor e detectar quais pontos do site estão causando interações negativas.

Ganho de informação

Ganho de informação ou information gain é uma métrica que avalia a quantidade de informação útil e nova que uma página oferece em comparação com as demais.

Quanto maior o ganho de informação, mais original é o conteúdo. E, quanto mais original, maiores são as chances de ter altas classificações no Google. 

A lógica é bem simples: não interessa ao Google indexar páginas que apenas repetem informações que já estão publicadas na internet. Também faz pouco sentido para os visitantes navegarem por várias páginas que são basicamente iguais. Logo, a preferência é por exibir conteúdo original e realmente transformador.

✨ Como aplicar esse conhecimento: identifique lacunas de informação e preencha-as com conteúdo relevante e exclusivo. Para fazer isso, digite a palavra-chave principal do seu texto no Google em aba anônima e abra os primeiros resultados. Veja o que todos os sites estão falando e identifique o que ninguém está dizendo.

Depois, crie conteúdos que abordam todos os pontos. Faça isso mesmo se não houver nenhuma palavra-chave para encaixar – lembre-se que o foco da pesquisa semântica está nos visitantes, não em volume de buscas ou dificuldade para ranquear. 

SEO está mudando – não fique para trás!

Antigamente, SEO era sobre palavras-chaves e ocupar a primeira posição no Google. Hoje, o jogo está muito mais complexo. Você deve ir além, conquistar autoridade de marca e contribuir para uma boa experiência dos visitantes na internet.

Fazendo isso, você automaticamente fica alinhado aos valores que o Google quer promover, independentemente de mudanças de algoritmo e core updates. 

Mas, para fazer isso, você precisa inovar e ir além do basiquinho. É difícil, mas vale a pena – e fica mais fácil com o apoio de equipes experientes, como a da SEO Happy Hour. 😁Conte conosco para te ajudar a construir sites que vão conquistar a sua audiência (e o Google). Acesse nosso formulário e saiba mais sobre nossos serviços.

  • Karine Sales

    Jornalista com especialização em Cinema, possui mais de 8 anos de experiência dedicados à criação de conteúdo estratégico para diversas plataformas.

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