Elyson Gums
Jornalista e mestre em Comunicação Social. Produzo conteúdo para projetos de SEO e inbound marketing desde 2014.
Atualizado em 22/07/2024
7 min de leitura
O RankBrain é um algoritmo que permite ao Google entender melhor as intenções de busca dos visitantes e, a partir disso, exibir resultados mais relevantes. É um recurso de Inteligência Artificial usado na classificação de páginas no buscador.
O seu funcionamento acontece a partir de aprendizado de máquina e processamento de linguagem natural. Esses componentes permitem entender mais profundamente o contexto das pesquisas, além do texto puro das palavras-chave, e exibir as páginas mais relevantes nas primeiras posições.
Por exemplo, se você digitar “menino que fala com o tigre de pelúcia”, o primeiro resultado é um trecho em destaque sobre Calvin e Haroldo.
A página não tem essa expressão exata, mas o Google consegue entender o contexto e fazer a conexão com o termo pesquisado. Antes do RankBrain, isso não seria possível com a mesma precisão e eficiência.
O RankBrain foi lançado em 2015 e permanece relevante. Atualmente, se comunica com outros sistemas e IAs do Google no processo de compreensão e classificação de páginas.
O impacto do RankBrain está relacionado principalmente com a intenção de busca. O algoritmo foi criado especialmente para:
Isso tem impacto direto na produção de conteúdo. O RankBrain faz o Google entender melhor o que os visitantes procuram em cada pesquisa. Se uma página não atende a essas necessidades, ela não aparece nas primeiras posições.
Por exemplo, imagine a palavra-chave “ingressos Rock in Rio”. Quem faz essa pesquisa provavelmente quer comprar ingressos, ver preço, quais dias estão disponíveis, entre outras informações do tipo.
O Google mostra páginas do próprio Rock in Rio em destaque, por terem as informações mais precisas. Depois aparece a rede social do próprio Rock In Rio, por ser uma fonte altamente confiável sobre o evento. E então a Ticketmaster, que também comercializa ingressos.
Escrever um blog post contando a história do Rock in Rio, como funciona a bilheteria nesse tipo de evento, e dicas básicas sobre como fazer a compra, dificilmente aparecia para esta palavra-chave. Tudo isso interessa a quem quer ir ao evento, mas não é a melhor resposta possível para a busca “ingressos Rock in Rio”.
Nessa situação específica, nem mesmo usar a palavra-chave “ingressos Rock in Rio” no texto seria efetivo, como forma de tentar “burlar” o algoritmo.
O Google nunca divulgou os detalhes exatos do funcionamento do RankBrain, mas é possível pensar nele a partir de dois componentes principais:
Podemos resumir assim: o RankBrain é treinado com um conjunto de dados e aperfeiçoa o seu funcionamento a partir de novas informações inseridas no sistema.
Ele realiza duas funções principais. Primeiro, entender o contexto de cada busca. Nas palavras de Pandu Nayak, ex-chefe de Pesquisa do Google, o RankBrain analisa “como palavras se relacionam com conceitos”. O resultado prático são resultados mais precisos.
Vamos retomar o exemplo da pesquisa “menino que fala com o tigre de pelúcia”. Nos primeiros anos do Google, o buscador procuraria páginas com estas expressões, ou contendo a frase exata. Hoje, entende a relação entre as palavras, e quais entidades correspondem a “menino que conversa com um bichinho de pelúcia de tigre”.
O resultado é um só: Calvin e Haroldo. Se fosse “gato que gosta de lasanha”, mostraria o Garfield. E se fosse “o primeiro videogame do mundo”, mostraria o Magnavox Odyssey.
A segunda função do RankBrain é avaliar quais conteúdos mais interessam às pessoas. O Google analisa cliques e interações com as páginas, até descobrir qual tipo de texto melhor atende à intenção de busca. E passa a mostrar resultados parecidos para buscas semelhantes feitas no futuro.
Em 2022, um blog post do Google explicou como a Inteligência Artificial e o aprendizado de máquina potencializam a Pesquisa Orgânica. Na ocasião, o engenheiro Pandu Nayak mencionou quatro sistemas relacionados ao RankBrain:
Isso é importante porque muitas vezes se fala em “algoritmo do Google”, no singular. Na verdade, estamos falando de diversos sistemas que se comunicam. Eles não necessariamente têm uma relação de dependência, mas “conversam” em muitos casos.
Também há bases de dados que dão suporte a esses sistemas. Por exemplo, o índice de páginas, ou o Knowledge Graph, a “central” de entidades do Google. Os algoritmos não funcionariam sem eles.
O RankBrain era usado até pelo menos 2022. Esta é a informação mais recente sobre o algoritmo, publicada no mesmo post de blog que apresenta os sistemas de Inteligência Artificial do Google. Na ocasião, Pandu Nayak afirmou que:
“Embora seja o nosso primeiro modelo de deep learning (aprendizagem profunda), o RankBrain continua a ser um dos principais sistemas de IA potencializando a Pesquisa Orgânica hoje”.
De toda forma, independente de evolução ou substituições do algoritmo, a lógica do Google segue a mesma: entender o contexto de cada busca e entregar os melhores resultados possíveis para cada uma.
Não há recomendações de SEO especificamente para o RankBrain. O melhor que você pode fazer é produzir conteúdos com linguagem natural.
A principal recomendação do Google é “pensar nos visitantes, não nos mecanismos de busca”. Logo, tentar otimizar demais o texto, forçando palavras-chaves sem contexto, tende a não dar resultados no longo prazo.
De forma prática, isso significa:
Durante muitos anos, criou-se a prática de usar expressões exatas para ranquear no Google. No entanto, o Google tem algoritmos modernos para entender a linguagem de forma profunda, incluindo as variações.
Por exemplo, imagine a palavra-chave “consertar pia de banheiro”. Você pode usar os sinônimos “manutenção”, “arrumar” ou “resolver problemas na pia do banheiro”.
O Google já entende que é tudo a mesma coisa e que os termos se referem à mesma intenção de busca: alguém que está com um problema em casa e precisa de uma solução, provavelmente de um encanador.