Elyson Gums
Atualizado em 26/07/2024
6 min de leitura
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O Bing anunciou nesta quarta-feira (24) os seus primeiros testes com IA na pesquisa orgânica. Entre os recursos estão resumos de informação e respostas diretas a perguntas. O novo layout de página dá destaque para as fontes consultadas na geração de conteúdo.
É a primeira vez que o buscador da Microsoft apresenta IA integrada aos resultados de busca. Antes, os recursos de IA ficavam separados, por meio do botão de conversa com o ChatGPT ou da aba do Copilot.
No blog post que anuncia a novidade, o Bing explica que o recurso:
Entende a pesquisa, analisa milhões de fontes de informação, compara o conteúdo de forma dinâmica, e gera resultados de pesquisa em um novo layout de resposta gerada por IA, para atender à intenção de busca dos visitantes de forma mais efetiva.
Veja abaixo um exemplo da IA do Bing, para a pesquisa “o que é Western Spaghetti”:
O Bing informa que está “testando lentamente” o recurso. Atualmente, está disponível para uma pequena porcentagem de pesquisas.
Entre as variáveis de teste estão a experiência dos visitantes e o impacto em tráfego orgânico de sites.
O feedback sobre a experiência dos visitantes está sendo medida através de “curtidas” nas respostas geradas por IA. Funciona como vídeos no YouTube, em que você dá um joinha se gostou da resposta, e um polegar para baixo se não gostou.
O impacto em tráfego orgânico está sendo medido internamente pela plataforma. Segundo o Bing, até o momento:
Dados iniciais indicam que a experiência (de IA) mantém o número de cliques para websites e dá suporte a um ecossistema saudável de internet. A experiência de pesquisa generativa foi pensada com isso em mente, incluindo manter os resultados orgânicos tradicionais e aumentar o número de links clicáveis, por exemplo, através de referências nos resultados de IA.
O anúncio apresenta a IA do Bing como uma combinação de resultados de pesquisa orgânica, LLM (Large Language Models) e SLM (Small Langue Models) – os modelos são, em resumo, algoritmos de aprendizado de máquina para processamento de texto.
Na prática, funciona quase igual às AI overviews do Google. A SERP mostra blocos de texto gerados automaticamente para resumir informações ou responder perguntas.
No entanto, o Bing tem alguns recursos diferentes, como índices e citações. O layout geral da página também é diferente.
Veja abaixo um exemplo para a pergunta “por quanto tempo os elefantes vivem”.
É o principal recurso de IA: resumos de informações exibidos direto na SERP, sem a necessidade do visitante clicar em um site.
Os resumos aparecem sempre no topo da página, em destaque na tela de resultados de pesquisa. Além de texto, as respostas podem incluir vídeos ou tabelas.
Um ponto interessante é que a IA generativa do Bing apresenta um índice de conteúdos relacionados à pesquisa. Ao clicar, o visitante é direcionado a respostas e referências adicionais sobre o tema.
No print, é possível ver:
O layout da IA generativa do Bing destaca claramente quais foram as fontes de pesquisa utilizadas.
Essa crítica é frequente a plataformas de IA, pois nem sempre há transparência sobre os dados apresentados nas respostas. O ChatGPT, inclusive, tornou links mais visíveis na versão paga.
Meses depois, a OpenAI lançou sua própria ferramenta de pesquisa, que também destaca as referências das respostas.
Nas imagens divulgadas até aqui, as referências aparecem de duas formas:
Não fica claro se essas referências são resultados orgânicos da primeira página do buscador.
São blocos de respostas geradas por IA para temas relacionados com a pesquisa principal, como “fatores que afetam a expectativa de vida”.
Eles seguem a mesma lógica da resposta principal, apresentando as informações resumidas e listando as referências usadas para gerar o conteúdo.
É possível navegar por estas seções adicionais usando o “índice” no canto esquerdo da página.
Um detalhe interessante nestes testes é que resultados orgânicos dividem espaço com a IA na tela. Eles aparecem lado a lado, com a IA ao centro, e a lista tradicional de resultados orgânicos à direita.
É bem diferente da principal concorrente, a IA Overview. No Google, as respostas de IA “empurram” os resultados orgânicos para baixo.
Por enquanto, ainda não há previsão de lançamento em larga escala. A equipe do buscador indica que “haverá atualizações nos próximos meses”, mas que por enquanto o foco é em analisar feedbacks sobre a IA.
Da mesma forma, ainda é cedo para medir o impacto da atualização em SEO. Por enquanto, o Bing tem uma penetração de mercado muito inferior à do Google. A IA generativa será o suficiente para mudar esse cenário?
Outro detalhe: um dia depois deste anúncio, a OpenAI anunciou o SearchGPT, seu protótipo de mecanismo de busca que deve ser integrado ao ChatGPT futuramente.
Mais um ponto interessante de se analisar é a qualidade das respostas. Durante o lançamento das AI Overviews nos EUA, esse foi um problema sério. A IA do Google sugeriu às pessoas “comer pedra” e “passar cola na pizza”. Também houve diversas tentativas de manipulação do recurso para exibir respostas bizarras.
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Jornalista e mestre em Comunicação Social. Produzo conteúdo para projetos de SEO e inbound marketing desde 2014.
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