Elyson Gums
Jornalista e mestre em Comunicação Social. Produzo conteúdo para projetos de SEO e inbound marketing desde 2014.
Elyson Gums
Atualizado em 15/05/2024
9 min de leitura
Durante o evento Google I/O, o buscador anunciou de forma oficial os Resumos de IA (“AI Overviews”, em inglês) nos Estados Unidos; a expectativa é expandir o recurso para outros países ainda em 2024.
Durante a próxima semana acontece a implementação da Inteligência Artificial na Pesquisa do Google. Até então o recurso estava apenas em fase de testes, sem lançamentos em larga escala, sob o guarda-chuva da Search Generative Experiência (Experiência de Pesquisa Generativa).
As funcionalidades já são conhecidas: visitantes poderão ver resumos de informações direto na tela do buscador, com sugestões de links adicionais. Mas só precisam clicar nestes sites se quiserem se aprofundar sobre o assunto, as informações básicas estarão disponíveis na SERP.
A diferença é que agora a IA realmente faz parte da Pesquisa Orgânica, assim como trechos em destaque ou resultados ricos. Além disso, há melhorias planejadas para o futuro, como inclusão de pesquisa com vídeo.
Veja o anúncio oficial, realizado no evento Google I/O, em 14 de maio:
A big tech define o momento como uma oportunidade de “deixar o Google pesquisar por você”. Como já noticiamos aqui, O CEO da big tech considera esta uma “evolução natural” das pesquisas na internet.
Em resumo, são respostas criadas com IA generativa e que aparecem no topo da página. É um texto com as principais informações sobre o assunto pesquisado.
De acordo com o Google, o recurso foi usado bilhões de vezes durante a fase de testes no Search Labs. Sites que são indicados pela IA têm CTR maior do que resultados padrão de pesquisa.
Durante a fase de experimentos, a descrição era: “pergunte qualquer coisa, se inspire, e encontre facilmente o que você está procurando”.
Agora, a visão do Google é esta (em tradução nossa):
Agora, com IA generativa, a Pesquisa Orgânica pode fazer mais do que você já imaginou. Você pode pesquisar qualquer coisa que estiver na sua cabeça, ou qualquer coisa que precise fazer – de pesquisa e planejamento a brainstorming – e o Google fará o trabalho pesado por você.
As respostas por IA serão exibidas sempre que o Google considerá-las relevantes para a intenção de busca do visitante. É a mesma lógica de outros recursos da Pesquisa Orgânica.
Não é possível calcular um número absoluto de vezes em que a IA apareceu em pesquisas do Google, durante os períodos de teste. No entanto, uma análise postada Twitter sugere que a SGE aparece automaticamente em cerca de 14% das pesquisas. O estudo foi feito por Bartosz Góralewicz, CEO da Onely, com dados da Ziptie.
Veja abaixo:
Em um post no blog do Google, Elizabeth Reid, Chefe de Pesquisa do Google, deu alguns detalhes sobre a IA generativa do Google.
De acordo com ela (em tradução nossa), é uma “combinação” entre o Gemini, modelo de IA do Google, com a tecnologia de Pesquisa Orgânica:
Tudo isso é possível a partir de um novo modelo do Gemini, customizado para Pesquisa Orgânica. Ele combina as capacidades avançadas do Google – incluindo raciocínio em várias etapas, planejamento e multimodalidade – com nossos melhores sistemas de Pesquisa.
Até aqui, a IA é capaz de:
Para o futuro, estão planejados os seguintes complementos:
Em breve, todas as implementações estarão disponíveis no Search Labs. Elas serão implementadas primeiro nos Estados Unidos, depois liberadas em outros países.
É a principal função da IA do Google: encontrar respostas rápidas para perguntas diretas. A premissa do buscador é organizar a informação disponível na Pesquisa Orgânica de forma mais rápida, facilitando o acesso e poupando o tempo dos visitantes.
Elizabeth lembra que, quando se trata de perguntas mais complexas, as pessoas procuram sites para se informar. Por isso, as respostas de IA são complementadas por resultados orgânicos de pesquisa.
Não fica claro se os posts que atualmente estão na primeira página são as recomendações dos Overviews.
Quando você fizer uma pesquisa com base no planejamento de alguma atividade, a IA generativa indicará os passos. Por enquanto, é possível planejar viagens e planejar dietas.
Um detalhe interessante é a possibilidade de interagir com os resultados, pedindo mudanças de roteiros ou substituições de alimentos.
Em abril, o Google passou a testar publicamente o recurso nos Estados Unidos, junto a outras ferramentas para viagens potencializadas por IA. Futuramente será possível fazer outros tipos de planejamento também.
Em breve será possível fazer alguns ajustes na linguagem de textos apresentados pelo AI Overview. Através de um clique será possível exibir versões mais simples ou mais complexas de uma resposta.
Futuramente a IA será capaz de responder perguntas mais complexas, que necessitam de raciocínio com múltiplas etapas. Isso quer dizer que o algoritmo precisa “pensar” em diversas variáveis para compor uma resposta que faça sentido.
Por exemplo, será possível fazer várias perguntas de uma vez, ao invés de uma consulta separada para cada assunto.
O exemplo que o Google menciona é parecido com escrever um prompt no ChatGPT: fazer uma pesquisa sobre “melhores estúdios de pilates em Boston, incluindo detalhes sobre as ofertas e a distância saindo do meu bairro”.
Além de gerar respostas, a IA do Google também será capaz de editar a página de resultados por inteiro. O Google não deixa claro como exatamente será esta exibição, apenas indica que “quando você estiver procurando por inspiração ou por ideias, pode fazer um brainstorming com os AI Overviews”.
Veja abaixo algumas possibilidades, incluindo uma categorização de resultados diferente da pesquisa comum, edição de títulos com Inteligência Artificial, e a presença de diferentes perspectivas sobre cada tópico.
O Google está trabalhando para que a IA consiga pesquisar com base em vídeos, além do texto. Por exemplo, você pode gravar um cartaz no cinema e perguntar “que filme é esse?”. O Google cria um AI Overview respondendo diretamente e indica sites para você conhecer mais sobre o filme.
Seria similar ao Google Lens, mas diretamente na Pesquisa Orgânica. De certa forma, também é parecido com o ChatGPT, em que você pode incluir diferentes tipos de mídia e gerar prompts com base neles.
Veja um exemplo de uso abaixo:
Diversos profissionais de SEO estão preocupados com a IA na Pesquisa do Google. Afinal, se é possível ver informações direto na SERP, por que clicar em um resultado de busca para ler um texto?
A perspectiva do Google é diferente. Na visão da equipe de Pesquisa Orgânica, é possível equilibrar todos os tipos de resultados – orgânicos, pagos e gerados por IA.
Sundar Pichai, CEO da Alphabet, considera duas formas de pesquisar no Google:
Esta lógica foi apresentada durante um evento da Universidade de Stanford, nos EUA. Veja abaixo, a partir de 1:18:23:
Elizabeth Reid, chefe de Pesquisa Orgânica, também apresentou esta ideia ao anunciar o lançamento dos Resumos de IA. Segundo ela (em tradução e grifos nossos):
Pessoas estão visitando uma maior diversidade de sites para buscar ajuda em questões mais complexas. Vemos que os links incluídos nos AI Overviews geram mais cliques do que se aparecessem como resultado de pesquisa tradicional. Enquanto expandimos esta experiência, continuaremos a focar em gerar tráfego para portais e criadores de conteúdos. Como sempre, anúncios continuarão aparecendo em espaços dedicados na página, com distinções claras entre resultados orgânicos e pagos.
Na prática, ainda não sabemos se esse equilíbrio existirá de fato. Existem alguns pontos a se considerar, e que o Google não abordou nas comunicações de lançamento da IA generativa para pesquisa:
Pensando em estratégias de SEO, podemos pensar também em um impacto em posts de topo de funil, que respondem a perguntas muito diretas, sem aprofundamento. Eles continuarão relevantes, ou serão completamente substituídos por IA?
Não podemos responder com certeza – mas estamos acompanhando de perto os desdobramentos dos Resumos de IA nos Estados Unidos, enquanto a funcionalidade não chega ao Brasil. Publicaremos análises, dados e formas de lidar com esta nova “era” do SEO em nossa newsletter, podcast e LinkedIn!
Comentários