Elyson Gums
Jornalista e mestre em Comunicação Social. Produzo conteúdo para projetos de SEO e inbound marketing desde 2014.
Elyson Gums
Atualizado em 28/05/2024
7 min de leitura
A documentação indica mais de 14 mil variáveis sobre como o Google coleta, armazena e utiliza dados sobre páginas em seus produtos, incluindo a Pesquisa Orgânica.
Nesta terça-feira (28), foi divulgado o vazamento de documentos do Google. São dados internos que apresentam alguns “bastidores” da Pesquisa Orgânica, incluindo potenciais fatores que influenciam no sucesso (e na queda) de páginas na SERP.
Dois especialistas em SEO tiveram acesso aos dados, que parecem ter vindo da Content API Warehouse do Google. Rand Fishkin, co-fundador da SparkToro, e Mike King, fundador da IPullRank, divulgaram os vazamentos e fizeram as primeiras análises, que são apresentadas neste post.
Até aqui, tudo é bastante complexo: não se sabe qual a origem dos vazamentos, ou se as documentações foram publicadas por engano em repositório aberto, ao invés de fechado. São códigos, parâmetros e atributos relacionados a produtos como Pesquisa Orgânica, Assistente do Google, Livros e Pesquisa por Vídeo.
É importante lembrar que os dados não apresentam um quadro completo sobre o Google. Não se sabe se todos os critérios estão em uso, quais são os mais relevantes, como eles interagem dentro dos sistemas do Google, e quais são usados apenas em testes. Apenas sabemos que eles existem.
Ou seja: é uma visão parcial sobre o mecanismo de busca, não uma “lista de hacks” para SEO.
A documentação apresenta 2.596 módulos, totalizando 14.014 atributos. Não são necessariamente 14 mil fatores de ranqueamento, mas são potenciais elementos que o Google leva em conta para decidir quais resultados mostra em primeiro lugar em seus vários serviços.
Visualmente, um módulo e seus atributos são assim:
A documentação aparenta ser de março de 2024.
Apesar das novidades, de forma prática as informações confirmam o que já se sabe: o melhor para crescer em SEO é produzir conteúdo de alta qualidade, atendendo à intenção de busca dos visitantes e gerando autoridade.
Veja abaixo alguns módulos e atributos contidos no documento e o que eles significam para o dia a dia em SEO.
Lembre-se de que este não é um “manual” de otimização para o Google.
Não mude sua estratégia por causa dessa documentação; continue focando seus esforços em produzir bom conteúdo, em gerar boas experiências aos visitantes e em construir uma marca sólida na internet.
Rafael Simões, CEO da SEO Happy Hour, diz que esse vazamento é “que nem saber que o melhor molho de tomate tem canela”. Você sabe o ingrediente, mas não sabe quando entra na fabricação, nem a quantidade.
O Google armazena dados de autoria sobre páginas, o que é considerado um fator relevante para E-E-A-T. Também há um esforço para relacionar esta autoria com uma entidade do Knowledge Graph, especialmente para posts identificados como notícias.
Diversos fatores podem fazer com que uma página não apareça no Google, ou apareça em posições inferiores para determinados tipos de pesquisa. Segundo Mike King, as descrições são “limitadas, mas válidas de mencionar”. Os pontos são:
Ter a palavra-chave no domínio também não é considerado um fator altamente relevante para palavras-chaves. Ou seja, ter um site chamado seo.com.br não necessariamente aumenta a visibilidade para termos sobre “otimização para mecanismos de busca”.
Há um parâmetro para medir a “originalidade” de um conteúdo, usado em páginas consideradas curtas. Não há detalhes sobre como é a avaliação, nem o que é considerado “pouco conteúdo”.
Segundo a documentação, o Google compara tags de título com o termo pesquisado na busca, para encontrar as páginas que melhor combinam. Reforça a importância de escrever boas title tags e headings.
A documentação mostra diversas formas de identificar datas associadas aos documentos. São as datas informadas, datas presentes na URL e até dentro dos conteúdos.
Um exemplo de uso prático desta informação é na atualização de conteúdos. Quando você atualizar um post de um ano para o outro, precisa realmente editar as informações, não apenas mudar o título de “2023” para “2024”.
Um dos módulos é chamado “smallPersonalSite”, ou “pequeno site pessoal”. É uma forma do Google diferenciar sites e blogs pequenos, potencialmente os classificando de forma diferente.
Não fica claro se e como isso acontece, mas Mike King relaciona este campo com as críticas de sites injustamente afetados pelo Helpful Content Update.
Rand Fishkin mencionou alguns elementos que considera essenciais para ter bons resultados em SEO daqui em diante. São ações práticas e pontos de atenção na hora de montar uma estratégia e alocar recursos. Veja abaixo:
Esta história segue em andamento e gerando novos desdobramentos. Além disso, as documentações mencionam diversos pontos que não foram abordados neste post, como:
Neste post, tentamos manter o foco em ações que podem impactar sua estratégia de SEO mais diretamente. Por se tratar do funcionamento do Google, tudo é de certa forma relevante, mas algumas discussões são muito técnicas ou passam pela tangente.
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